o que resta duma flor
depois de ser deflorada
uma aflita sem sabor
de liga almiscarada
o que resta da fruta
depois da refeição
o esófago que eructa
e umas cascas no chão…
o que resta do amor
depois do sono chegar
um carnal despudor
e hipotético recomeçar
o que resta do ciúme
depois da louça se desfazer
dois arlequins sem aprume
e bocados no chão a sofrer
o que resta da morte
depois da vida vacilar
um infinitivo suporte
ou um adubo de pomar
o que resta do poeta
depois destas avalias
um sempiterno pateta
que jaze nas elegias
ferool
Assistente editor: Hugo de Aguiar
deaguiar.hugo@gmail.com
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